Mude de casa e turbine a memória
Sempre tem uma casa que marca sua vida pra sempre. No meu caso, foi a que meus pais construíram, onde vivi toda a adolescência. Minhas memórias vão até lá, quando vem a nostalgia. Tive uma

Sempre tem uma casa que marca sua vida pra sempre. No meu caso, foi a que meus pais construíram, onde vivi toda a adolescência. Minhas memórias vão até lá, quando vem a nostalgia. Tive uma surpresa imensa nesses dias, quando vi que os cientistas atestaram isso: os episódios vividos na adolescência e no começo da juventude são os mais marcantes para a memória porque as emoções são realçadas por hormônios disparados e um cérebro mais novo e curioso.
Por Carol
É por isso que guardamos lembranças bem frescas dessa fase – em contrapartida, à medida em que envelhecemos, as memórias se tornam menos vívidas. Mas os pesquisadores da Universidade de New Hampshire foram além no estudo e acharam algo interessante: quando nos mudamos de casa, nossa mente fica mais fresca e rejuvenesce semelhante ao que acontece na adolescência. Nos lembramos mais de episódios relacionados ao período de mudança de casa, porque envolvemos emoções fortes nesse tempo.
No estudo, o público acima de 65 anos deveria citar sua mudança mais marcante entre os 40 e os 60 anos. Os cientistas esperavam que cerca de 13% das memórias importantes estivesse relacionada a mudanças de casa – que, convenhamos, às vezes é até traumática, não? São tantas caixas…Tantas mudanças internas e desapego! Enfim, os cientistas encontraram um número maior: 26% das experiências marcantes a essas pessoas aconteceram entre um ano antes e um ano depois da mudança de casa. O que os levou a acreditar que mudar de residência aguça as lembranças antes e depois do fato em si, como um efeito dominó que contamina outras áreas da vida. E isso é ótimo! A casa nova traz ao cérebro a melhor fixação de experiências na memória.
Eu diria, em uma visão bem pessoal, que quando mudamos de casa precisamos fazer uma nova configuração interna também. Sair da zona de conforto e enfrentar um novo mapeamento, encontrar novos jeitos de viver e de ajustar os móveis. É preciso se adaptar ao novo espaço, e isso requer um esforço do cérebro. Experiência de quem já se mudou 11 vezes na vida e pretende se mudar muito mais. Algumas coisas se quebram pelo caminho, eu sei, mas nada melhor que viver dias inéditos – e mais alegres, quem sabe!
Fotos: Pixabay
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