As lições coloridas de Iris Apfel
A vida pulsa em cores, pesos, volumes, ao olharmos para Iris Apfel. Aos 94 anos, ela se tornou um ícone de moda, mas não só pelo que veste por fora, mas pelo que a reveste

A vida pulsa em cores, pesos, volumes, ao olharmos para Iris Apfel. Aos 94 anos, ela se tornou um ícone de moda, mas não só pelo que veste por fora, mas pelo que a reveste internamente: elegância e sabedoria. Deslumbrada com o universo criativo, exótica, aventureira à frente do tempo – é possível defini-la de várias formas. Mas a doce e fashion senhorinha surge como personalidade memorável no documentário Iris, disponível no Netflix. O que pouca gente sabe é que seu trabalho de decoradora a projetou a esse futuro.
Por Carol
Nos anos 1950, Iris já trabalhava com tecidos de decoração e garimpos ao redor do mundo, o que a diferenciava dos decoradores da época. “A maioria das casas boas tinha peças minhas naquela época”, ela diz, no documentário. Assim, chegou à Casa Branca, a qual decorou por nove mandatos de presidentes diferentes. Parou apenas por um desentendimento com a lady Jackie Kennedy, que queria adotar um estilo mais parisiense, o que não fazia sentido para Iris. Afinal, se estavam nos Estados Unidos, deveriam se orgulhar do american way of life, não é?
Chamada de pássaro raro na grandiosa exposição que homenageou sua carreira, Iris realmente sempre quis dar seu toque único a tudo o que a cerca. “A vida é cinza e sem graça. Quando você se veste, ou decora, é possível divertir as pessoas. E as cores podem ressuscitar os mortos”.
Quer diversão? Vá em direção à autenticidade, como Iris. Em sua casa, uma coleção de bichos de pelúcia se espalha pelo décor. Em alguns pontos, a mistura de estampas, abajures, móveis de estilo clássico mostra as múltiplas camadas que ela vive e veste. Confusão? Nada! Iris acha tudo muito harmônico – isso faz sentido a seus valores, diz muito sobre quem ela é. Na sala, um exótico avestruz, cuja asa revela um bar. Sobre ele está o sapo Caco, do desenho Muppet Babies, que parece embriagado, de óculos.
Há alguns anos, seu marido, Carl, se foi. Grande admirador que vibrava em meio às cores de Iris, ele a acompanhou pelo mundo em busca de objetos e móveis que faziam toda a diferença nas casas americanas que ela decorou. O interessante é que os garimpos eram pinçados intuitivamente. Iris não se importa com onde encontrou cada artigo – ela visita das feirinhas às maisons, e diz que essa é a parte interessante da vida: deixar-se atrair pelas cores, não importa onde elas estejam. Afinal, o que importa para ela é se divertir, criar e rir bastante. Uma bela lição.
Fotos: AD Lifestyle
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